terça-feira, 4 de setembro de 2012

Adeus alunos


No último domingo, dia 2 de setembro, sofremos com a perda de um ex-aluno, colega e amigo, que nos deixou aos 15 anos de idade. Estamos falando do Maicon, aquele adolescente irreverente e faceiro de quem jamais vamos nos esquecer.
E eu, professora Solange, que o tive em minhas aulas durante dois anos, despeço-me dele e dos demais alunos que precocemente se foram, com o o texto abaixo. Para eles e para todos os que ficam conosco, lembrando deles com saudades...


Adeus alunos...
Perdoem-me, os que comigo não concordarem, mas não se morre só de velhice ou de doença, como muitos jovens pensam. Morre-se por comportamentos inadequados, decisões precipitadas e, na grande e maioria das vezes, exatamente pela "falta do medo de morrer".
Durante o tempo que trabalho aqui na escola, já perdemos muitos alunos. Uns por fatalidade; outros por não levarem a vida tão a sério como deveriam. E como levar a vida a sério, ainda tão jovens?
À vocês, Larissa, Samuel, Josué, Franciele e, agora, Maicon, pergunto: "Como ficam seus pais, amigos e professores, quando mais um de vocês se vai"? Eu sinto-me impotente, como se tivesse deixado de "instruir, aconselhar, ensinar,... só mais um pouquinho".
Quantos sonhos não realizados! Ou, talvez, a falta de sonhos é o que justamente os fez agir  de forma, muitas vezes, impensada. Não teremos a resposta de vocês, mas vale a pena pensar. Agora, para os que ficam, colegas e amigos, é hora de reflexão. Talvez, lá no íntimo de seus pensamentos, vocês descubram que, tanto aos 7, 12, 13, 14, 15,... também se morre. E orar, para que o nosso Pai do Céu os acolha em seu colo, já que ainda precisam Dele. E lhes afague com o seu amor.
É pessoal, vocês se foram. Nós é que ficamos aqui, pra carregar conosco, a dor e a saudade de suas carinhas, ainda tão inocentes.
Adeus, a todos vocês, e, principalmente ao Maicon, que partiu há apenas dois dias. E "eu também te amo", como você costumava me dizer, diante de uma chamada de atenção.
professora Solange Soares,
Com amor.

E que a frase que vocês costumam dizer "não dá nada", é cruel. Dá, sim; dá a falta de vocês, em nossas vidas, a falta de podermos nos orgulhar de vê-los com um lindo futuro e pensar: "Eu fiz parte da sua vitória".